Au pair nos Estados Unidos há quatro meses, Júlia de Moraes vive hoje em Silver Spring, cidade do estado de Maryland, onde divide o tempo entre cuidar das crianças da sua host family e aproveitar a vida em um novo país.
Para ela, o intercâmbio é a realização de um sonho que começou a planejar desde o ensino médio e foi por esse motivo que decidiu retomar os estudos de inglês — desta vez, na UPTIME Novo Hamburgo (RS), por indicação do irmão.
“Cheguei a estudar em três escolas de inglês, mas nunca sentia que conseguia realmente evoluir até chegar na UPTIME, que foi essencial na minha vinda pra cá [Silver Spring]”, conta.
O tempo passou e contando desde o momento da inscrição com a agência até o embarque foram nove meses de preparação para a viagem.
Abaixo, ela compartilha os detalhes de todas essas etapas que passou para se tornar au pair!
Dicas para quem quer ser Au Pair
Para se tornar au pair, é preciso preencher alguns pré-requisitos. No caso de Júlia, ela conta que durante as férias fez 200 horas de trabalho voluntário em diferentes escolas infantis:
“É necessário apresentar pelo menos três referências de trabalho com as quais a agência entra em contato para confirmar a informação e fazer perguntas sobre a au pair.”
Para conhecer a sua família estrangeira, a então estudante de Relações Públicas se inscreveu em um site gratuito que promove conexões entre candidatas a au pair e as host families.
Depois de obter sucesso no contato, foi a hora de providenciar um tópico indispensável para a viagem: o visto.
“O meu visto é o J-1 e com ele, posso ficar até um ano. Após esse tempo, ainda tenho a possibilidade de prolongar minha estadia no país por no máximo mais 12 meses.”
O que fazer antes da viagem de intercâmbio
Depois de encontrar uma agência para mediar a conversa com a sua host family, providenciar a carga horária de experiência com esse trabalho e conseguir o visto, Júlia começou a preparar a mala:
“Tentei trazer apenas o básico de cada estação comigo, até mesmo porque vim com a certeza de que compraria roupas conforme necessário.”
Paralelo a isso, ela pediu demissão do emprego que tinha no Brasil e trancou o semestre da faculdade para poder viajar.
Entrevista com a host family
Segundo Júlia, o seu primeiro contato com a host family foi atípico e ela explica o porquê:
“Normalmente é a agência que faz a primeira intermediação entre a au pair e a host family. No meu caso, conheci a host family por outro meio e ela me direcionou para a agência que tinha costume de trabalhar, que é nos Estados Unidos. Por incrível que pareça, esse processo acabou sendo mais rápido do que eu imaginava.”
Como a agência da host family não possui representantes no Brasil, Júlia precisou organizar todo o processo de embarque via e-mail.
Ela explica que a sua primeira entrevista foi com a host mom, que pediu para ter uma conversa de vídeo-chamada pelo WhatsApp.
“Para essa conversa preparei em torno de 15 perguntas a respeito de tudo: costumes da família, religião, cultura e rotina, mas tentando sempre direcionar o assunto para as crianças que eram a razão principal da minha vinda para cá. Foi muito tranquila!”
Depois desse primeiro contato, ela lembra que a host mom disse que teria mais algumas candidatas a au pair para entrevistar. Uma semana depois, ela retornou o contato agendando mais uma entrevista, desta vez, com o host dad.
A entrevista foi um sucesso e Júlia foi aprovada!
O que au pair pode escolher sobre o intercâmbio?
Quando deu iniciou as pesquisas da viagem, Júlia conta que só não queria ficar em regiões de frio extremo, mas entrou no processo aberta a repensar sobre isso — embora não tenha sido preciso.
“A cidade da minha host family é Silver Spring, que é próxima a Washington D.C. [cerca de 27 minutos de carro]. Eu amo morar aqui!"
A escolha da host family de uma au pair
No começo das buscas pelo intercâmbio de au pair, Júlia estava aberta a conversar com todas as famílias que encontrasse para que pudesse entender quais seriam suas funções.
Foi assim que se identificou com o perfil da família com a qual está hoje:
“Quando encontrei minha host family senti que ali era o meu lugar. O fato das meninas serem maiores [uma de 6 e outra de 9 anos] também influenciou minha decisão, pois acredito que essa faixa etária seja mais fácil de relacionar.”
Como é uma rotina de au pair nos EUA
Hoje, a au pair auxilia nas atividades diárias de duas meninas, uma de 6 e outra de 9 anos.
O trabalho inclui:
- preparar o café da manhã delas;
- auxiliar na preparação escolar: “trocar de roupa, escovar os dentes e a ajudar no homework”;
- levá-las para a escola.
Durante a tarde, enquanto as filhas da host family estão na escola, Júlia conta que tem o tempo livre até o horário de buscá-las na escola.
“Depois da escola, levo as meninas para as atividades extras — ginástica, Hebrew School, futebol e piano. Elas fazem algo diferente todos os dias e eu sempre as acompanho.”
Por volta das 20h30, a au pair conta que costuma “ficar off” e a partir desse horário, a host family passa a ficar com as meninas.
Desde que chegou aos EUA, a adaptação é constante: “a cada dia aprendo algo novo”, diz. Inclusive no que diz respeito à habilitação para dirigir.
Habilitação internacional: como tirar?
Sabendo que precisaria da habilitação nos Estados Unidos, Júlia foi ao Detran para solicitar a PID (Permissão Internacional para Dirigir).
“No estado de Maryland a PID é aceita por até um ano, mas estou no processo pra tirar minha Driver License. É um processo pouco burocrático e demanda tempo de estudo, já que as leis de trânsito são diferentes das brasileiras e as palavras utilizadas são muito específicas.”
E por falar dirigir pela cidade, Júlia destaca que até o momento de abastecer o carro é de aprendizado:
“Aqui é self-service, ou seja, cada um precisa saber colocar a gasolina no seu carro. De toda essa novidade, o que é sempre mais difícil é ter que sair da zona de conforto.”
O que fazer durante o intercâmbio de Au Pair
Júlia tem aproveitado o tempo livre estudando em um curso preparatório para a faculdade. Ela não mudou os planos de voltar para o Brasil, mas também não descarta a possibilidade de prolongar o intercâmbio:
“Se surgir alguma oportunidade, eu com certeza entraria para a faculdade e moraria aqui por mais tempo. Desde que cheguei, recebi muitos elogios pelo meu inglês, o que me fez sentir mais tranquila para me comunicar”.
A segurança na comunicação tem sido tanta, que Júlia se sente à vontade para viajar pelo país.
Dentre os lugares que teve a oportunidade de conhecer, estão as cidades de:
- Philadelphia;
- New York City;
- Los Angeles;
- Las Vegas.
E não para por aí! Ela já viajou com a sua host family para a região de Deep Creek Lake onde passou uma semana de férias. A próxima parada da viagem tem lugar definido: South Carolina.
Perguntada sobre qual dica daria para alguém que espera esse momento, Júlia diz:
“Eu diria para essa pessoa não desistir, ter foco no objetivo e seguir até o fim. O processo todo pra mim não foi fácil e levou mais tempo do que eu esperava, mas hoje vejo que tudo aconteceu como deveria ser.”
Durante esse período no exterior, a intercambista recebeu a visita especial do irmão, que considera como um dos momentos mais marcantes da viagem. “Foi como ter um pedacinho da minha família comigo e ver como eles estão me apoiando”, acrescenta.