A realidade virtual é uma tecnologia imersiva, que, com o auxílio de óculos headsets, proporciona ao usuário experiências em outras ambientações que, até então, estavam fora do seu alcance. E o mundo já se atenta à importância da tecnologia.
A receita gerada pelo mercado mundial de realidade virtual em 2016 alcançou pela primeira vez a casa dos dez dígitos, chegando a US$ 1 bilhão. Agora, o Brasil também se lança nesse negócio.
Aqui, neste post, veja as previsões de mercado da realidade virtual no Brasil, bem como aplicações em que já é inserida nos diversos meios brasileiros.
Mercado
A inserção da realidade virtual no Brasil passou a ser mais significativa a partir de 2016, ainda que de forma tímida em relação a outros países.
Rodrigo M. Terra, diretor de formatos, conteúdo imersivo, experiências e estratégias para histórias multiplataforma, da Associação Global de Realidade Virtual, menciona, em entrevista para o portal Minas Faz Ciência, que essa diferença de crescimento se dá por dois fatores:
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o preço dos dispositivos high-end ou mid-end (os óculos headsets); e
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o ecossistema de fomento, que acaba não colocando dinheiro de risco nestas novas empresas por conta do retorno incerto, coisa que a indústria cinematográfica já está acostumada a fazer fora.
Por isso, empresas que estão dispostas a inovar e investir na tecnologia se despontam em seu segmento de mercado.
Porém, ainda de acordo com Rodrigo, a previsão é de que esse cenário se desenvolva melhor e se torne mais promissor no país:
“No Brasil, vemos o crescimento do vídeo 360º como vetor de estímulo às pessoas descobrirem o meio imersivo.”
Para o jornal Folha de São Paulo, o professor João Carlos Lopes Fernandes, do Instituto de Tecnologia Mauá, observa: “esse é um segmento promissor para empreendedores por ainda ser pouco explorado.”
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Empresas de tecnologia também já estão trabalhando para que as especificações mínimas de modelos de celular, para uso da tecnologia AVR, sejam reduzidas no Brasil. Até setembro de 2016, a realidade brasileira era de que quase 70% dos smartphones precisariam ser renovados em um ou dois anos para utilização da realidade virtual.
Por consequência dessa redução, mais celulares de variadas faixas de preços poderão rodar vídeos e experiências de melhor qualidade.
Já é possível visualizarmos no Brasil:
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empresas trabalhando com realidade virtual interativa, produzindo games e algumas experiências para marcas; e
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produtoras de vídeo se especializando ou abrindo departamentos para desenvolver trabalhos em 360 graus.
Para quem quer se aventurar no desenvolvimento da tecnologia de realidade virtual no Brasil, Rodrigo Terra aconselha:
“Procure estudar e prototipar. Testar, fazer, errar e seguir fazendo.”
De qualquer forma, a grande aposta não só para o Brasil, mas também para o mundo, é de cada vez mais, e mais rápido, a AR e a VR se tornarem móveis e com qualidade.
Aplicações
Veja alguns exemplos de aplicações de realidade virtual no Brasil que já estão sendo utilizadas :
Na música
O rapper MV Bill foi um dos pioneiros em lançamento de clipes 360º no Brasil, com a música ‘Só Deus pode me julgar’. Em entrevista para o portal Estadão, Douglas Monteiro, diretor do vídeo, explica: “ele queria fazer um clipe que mostrasse como é a Cidade de Deus de verdade.”
Ivete Sangalo também investiu na realidade virtual, com vídeos 360º. Ela lançou, por exemplo, o clipe da música ‘O Farol’, que atingiu 18 milhões de visualizações no Facebook - plataforma de lançamento.
No esporte
O time de futebol Palmeiras lançou óculos de realidade virtual exclusivos do clube em 2016. O aparelho tem conteúdo especial sobre o time.
Para o Estadão, Rawlinson Terabuio, gerente de marketing da Beenoculus, empresa brasileira desenvolvedora da tecnologia, conta: “filmamos o dia a dia dos jogadores em 360º e a conquista da Copa do Brasil”.
Na arquitetura
O setor de imóveis tem usado a realidade virtual para incentivar as vendas: construtoras criam aplicativos para exibir apartamentos planejados em um feirão de vendas.
“No feirão, o cliente não consegue sentir o apartamento antes da compra. Com os óculos, isso mudou”, diz Márcia Verrone, gerente de marketing da construtora Plano&Plano, empresa paulista pioneira no setor.
Na educação
Algumas faculdades e escolas de ensino médio particulares estão começando a implantar as tecnologias de forma a incrementar o ensino. Empresas desenvolvedoras, como a Samsung e a Beenoculus, estão em busca desse segmento.
Na área de idiomas, a UPTIME é a primeira escola de idiomas do mundo a utilizar a realidade virtual e aumentada em seus métodos de estudo. Assim, o aprendizado do inglês acontece de forma mais natural, devido à experiência do usuário.
A tecnologia já está fazendo parte do nosso cotidiano. Você vai continuar de fora dessa?