Se você está planejando a sua primeira ida ao exterior, este guia definitivo para viagens internacionais irá te ajudar a entender melhor como funciona todo o processo de emissão do passaporte, aplicação de visto, bagagens e imigração.
Este material foi produzido com a ajuda da Egali, agência de intercâmbio parceira da UPTIME.
Primeiro passo: tenha um passaporte brasileiro
Se você ainda não tem um passaporte, saiba que emitir o documento é a primeira coisa que deve ser feita antes de planejar sua viagem ao exterior. Aqui, vamos falar do passaporte comum, concedido a todo brasileiro, nato ou naturalizado.
Alguns dos documentos necessários:
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Documento de identidade, obrigatoriamente para maiores de 12 anos.
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Título de eleitor e comprovantes de votação da última eleição (dos dois turnos, se houve).
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Documento que comprove a quitação com o serviço militar obrigatório (para os requerentes do sexo masculino).
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Comprovante bancário de pagamento da Guia de Recolhimento da União - GRU.
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CPF.
Confira a lista completa aqui.
Como solicitar o passaporte?
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Solicite a emissão do passaporte preenchendo o formulário no site da Polícia Federal.
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Pague a taxa GRU - Guia de Recolhimento da União - gerada logo após o preenchimento do formulário.
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Após a compensação do pagamento, agende uma data para comparecer ao posto do DPF.
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No dia agendado, vá munido da documentação original exigida, GRU paga e protocolo da solicitação.
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Somente você poderá retirar o passaporte e deve levar um documento de identidade e o recibo entregue no dia da confecção.
Qual é o prazo de entrega?
É de seis dias úteis em todo o Brasil. Quando o passaporte chega no posto, um e-mail é enviado ao requerente avisando-o.
Tem validade?
Sim. Para maiores de 18 anos, a validade do passaporte comum é de até 10 anos, expirado o prazo, deverá ser solicitado outro.
Segundo passo: providencie o visto, se necessário
Depois de escolher o destino, pesquise se é necessário ter visto para entrar nesse país. O processo pode ser burocrático, por isso, atente-se aos procedimentos básicos.
Em alguns casos, essa autorização é obtida na chegada ao país e, em outros, antes da viagem, no Brasil.
Os tipos de vistos mais comuns:
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Turista: geralmente, permite que você fique entre 3 a 6 meses no país, apenas passeando.
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Estudante: permite que você estude por períodos mais longos ou em maiores cargas horárias. Alguns destinos permitem o trabalho também.
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Trabalho: geralmente, são vinculados a empresas que lhe oferecem uma oferta de emprego.
Prazos e documentos
Se o país de destino exigir aplicação de visto antes do embarque:
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siga atentamente o processo;
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cumpra os prazos e entregue os documentos exigidos;
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e acompanhe o processo. Assim, você saberá caso alguma coisa não dê certo e terá tempo hábil para regularizar a situação.
Exames médicos
Alguns países exigem que sejam realizados exames médicos para a concessão do visto. Eles são realizados por médicos credenciados pela embaixada do país no Brasil.
ATENÇÃO: não são todas as cidades que possuem médicos credenciados, se este for o seu caso, terá que viajar para realizar os exames.
Principais países que exigem exames médicos:
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Visto de estudante na Austrália: exames médicos obrigatórios, solicitados após o envio da documentação para a embaixada.
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Visto de estudante na Nova Zelândia e Canadá: exames médicos obrigatórios para permanência acima de 6 meses.
Para quais países o visto é necessário?
A exigência de visto de entrada para alguns países sempre será de acordo com relações políticas entre o Brasil e aquele país.
Confira a lista com alguns dos países que exigem visto de turista para brasileiros.
Entre os 30 países que mais recebem brasileiros, os que exigem visto são:
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Estados Unidos
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China
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Canadá
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Angola
Mesmo aqueles países que não requerem visto de entrada, outras regras podem ser impostas, prática muito comum na Europa. Confira algumas delas:
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apresentação da passagem de volta;
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comprovação da reserva de hotel;
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seguro viagem;
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um certificado de vacinação;
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ou a posse de certa quantia mínima de dinheiro.
Por que posso ter o visto negado?
Mesmo com toda a burocracia do processo, não se pode relaxar, pois há sempre a possibilidade do visto ser negado. Alguns países até explicam o porquê da decisão negativa, mas a grande maioria não o faz.
Para evitar que seu visto seja negado, é importante:
Focar nos documentos que demonstram vínculos com o país de origem.
Como:
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estudos em andamento;
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carta de oferta de emprego no retorno da viagem;
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ou carta de férias;
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bens no nome do solicitante do visto;
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família com filhos etc.
Terceiro passo: arrumar as malas
Arrumar as malas pode ser um processo doloroso para algumas pessoas. Mas entenda: quando o assunto é viagem ao exterior, você precisa ser objetivo para evitar transtornos.
Por isso, antes de começar a preparação, saiba que você deve:
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conhecer alguns aspectos do destino, como o clima;
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não levar mais do que necessário (no retorno você terá, além do que já levou, as compras que fez durante a viagem);
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pensar na facilidade de locomoção com a mala (trajetos a pé);
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saber se está de acordo com as regras para despachar (peso e tamanho).
Antes, faça um checklist com todos os documentos que você precisa levar.
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Passaporte
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Identidade
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Passagens
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Reservas em hotel
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Matrícula do curso (se for um intercâmbio)
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Cópia autenticada de todos os seus documentos (não é obrigatório, mas é válido)
O que levar na mala?
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Roupas: leia sobre como é o clima no seu destino. É importante saber em que estação você vai chegar para que as roupas estejam de acordo. Caso você planeje viajar para destinos diferentes, pesquise sobre como é o clima em cada um deles.
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Calçados: um tênis é fundamental. Escolha calçados que sejam confortáveis para que você possa aproveitar bem o passeio.
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Acessórios: o básico. Artigos de higiene pessoal, livro, fones de ouvido, toalha de banho pequena, câmera fotográfica etc.
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Remédios: apenas para o período em que estiver fora. Recomendamos levar os remédios de uso comum, como anticoncepcional, remédios para gripe, dor de cabeça, estômago etc.
O que não levar na mala?
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Muitos itens repetidos: leve apenas a quantidade necessária para o período que for ficar fora. Caso você fique um ano ou mais, leve a quantia suficiente para os primeiros meses até que você encontre por lá.
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Objetos volumosos: evite coisas que ocupam grande volume, como edredons e cobertores, além de pesados e espaçosos, são muito baratos no exterior.
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Objetos perigosos: isqueiros, maçaricos, alicates de unhas, tesouras, armas de fogo, objetos cortantes ou pontiagudos.
Confira a lista completa dos itens permitidos e dos proibidos na bagagem.
Quantas bagagens despachadas posso levar? Quantos quilos?
Depende do país de destino e da companhia aérea. Geralmente, cada passageiro terá direito a transportar:
2 bagagens, de até 32 kg cada ou 2 bagagens, de até 23 kg cada.
Você deve sempre conferir no site da companhia aérea qual a sua franquia de bagagem.
Bagagem de mão
Em voos internacionais, consulte a empresa aérea sobre o sistema de bagagem de mão adotado no país de destino, que pode ser de dois tipos: peça ou peso.
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Por peça: a soma de suas dimensões não pode exceder 115 cm.
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Por peso: deve ser acomodada no compartimento de bagagem na cabine de passageiros ou sob a poltrona, com peso e dimensões apropriados, conforme descrição da companhia aérea.
Restrições para o transporte de líquidos
Em voos internacionais, existem restrições para o transporte de líquidos em bagagem de mão:
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todos os líquidos, inclusive gel, pasta, creme, aerossol e similares, devem ser conduzidos em frascos com capacidade de até 100 ml e colocados em embalagem plástica transparente, vedada, com capacidade máxima de 1 litro, não excedendo as dimensões de 20 x 20 cm.
Saiba mais sobre o assunto aqui.
É importante você saber que:
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Os agentes de segurança do aeroporto têm o direito de solicitar a remoção de quaisquer itens da sua bagagem de mão ou registrada.
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Free shop: os líquidos adquiridos em free shops ou a bordo de aeronaves podem exceder os limites estipulados, desde que dispostos em embalagens plásticas seladas e com o recibo de compra à mostra (cuja data deve ser a mesma do início do voo).
Nossa recomendação é: procure um fonte oficial, governamental, de órgãos públicos, como a ANAC e a Receita Federal, ou a sua própria companhia aérea.
Quarto passo: prepare-se para a imigração
Passar pela imigração pode dar aquele friozinho na barriga, principalmente se você não é fluente em inglês. Neste momento, você descobre se será liberado ou não para entrar no país de destino.
O que é a imigração?
Resumidamente, é o processo em que, no aeroporto, os seus documentos e visto são verificados e você informa a um oficial do país os motivos da sua entrada. De acordo com as suas respostas, ele decide se você segue viagem ou volta para casa.
Baseadas nas experiências dos consultores e alunos da Egali, eles elaboraram algumas dicas de imigração.
Quais são as perguntas mais frequentes?
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Por que você escolheu o país?
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O que vai fazer no país?
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Aonde vai se hospedar no país?
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O que você faz no Brasil?
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O que vai fazer quando voltar ao Brasil?
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O que o pai/mãe (quem sustenta/quem mora junto no Brasil) faz?
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Conhece alguém no país de destino?
O que dizer e o que não dizer?
1. A imigração é soberana sempre
O oficial de imigração que faz a entrevista é totalmente soberano da decisão de permitir ou não a entrada de um estrangeiro no país. Mesmo para países nos quais o aluno/visitante já tem um pré-visto, o oficial tem autonomia para inadmitir a pessoa.
Por esse motivo, você deve responder todas as perguntas sempre, abrir as malas quando solicitado, aguardar se for o caso (tudo com calma e sem reclamar).
2. Nunca caia em contradição
Todos os países querem receber estrangeiros para visita ou para estudos, desde que os interesses sejam genuínos.
O que os países mais querem é evitar pessoas que fiquem no país sem condições financeiras ou para propósito diferente daquele que lhe está sendo permitido.
A única forma de um oficial avaliar se a pessoa está com intenções verdadeiras é ver se o discurso dela é verdadeiro. Desta forma é importante sempre falar a verdade.
Caso o visitante opte por não falar a verdade sobre algum tema, é importante que saiba que caso caia em alguma contradição, o risco de ter a permissão negada é grande.
Alguns exemplos de contradição:
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Informar para a imigração que está indo estudar, mas não saber o nome da escola ou horário das aulas.
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Dizer que está indo ficar dois meses, mas ter pílulas anticoncepcionais ou outros remédios “só por garantia” para 12 meses.
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Dizer que vai a turismo, mas não saber nada da cidade (ou conhecer apenas pontos famosos).
3. Patrocinador da viagem
Todos os países que permitem trabalho aos estudantes não consideram que o trabalho será utilizado para sustento do mesmo, mas sim como uma experiência a mais.
Desta forma, é fundamental que alguém seja o patrocinador da viagem (pais, tios, avós) no momento de informar como será este sustento.
Pode ser perguntados a renda mensal deste patrocinador e o tipo de trabalho que realiza. Quanto mais renda tiver este patrocinador, melhor.
4. Conheça o país
Quanto mais se conhece um país, menor é a chance de ter a entrada negada na imigração.
Uma pessoa que sabe pontos que quer conhecer, a cultura do país, como se locomover, etc., mostra que pesquisou muito antes de viajar e tem interesse em diversos aspectos da realidade do país (e não somente em imigrar por um emprego, por exemplo).
5. Ter dinheiro em mãos sempre é importante
A única forma “real” do oficial de imigração verificar se a pessoa tem recursos financeiros é vendo o dinheiro. Isto porque informações sobre o patrocinador ou documentos trazidos do país podem ser falsos.
O dinheiro é a única coisa que não tem como falsificar. Em muitas ocasiões não é solicitado que o requerente mostre o dinheiro, mas é importante ter.
6. Visitas anteriores/Visto negado
Vistos negados anteriormente por qualquer país não são analisados com bons olhos por oficiais de imigração. Assim como visitas anteriores a algum país ou vistos válidos são um ponto positivo.
Desta forma, caso tenha passaportes antigos com carimbos, leve junto ao seu novo passaporte.
Não sei falar inglês, e agora?
Entenda: a fluência em inglês é muito importante para a experiência da viagem como um todo. Na imigração não é diferente: a conversa iniciará na língua inglesa, na maioria dos países, e se você conseguir se comunicar no idioma tudo será mais fácil.
Porém, se você não é fluente:
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Um intérprete poderá guiar a sua conversa com o oficial.
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Ou você poderá apresentar uma carta, em inglês, informando o que citamos lá em cima: duração da viagem, hospedagem, dinheiro etc.
A nossa recomendação é:
se você está planejando a sua viagem com antecedência, encaixe no seu cronograma um curso de inglês.
Mas busque por opções, atualmente, já é possível aprender a língua inglesa de forma rápida e definitiva, sabia?