“Quando criança, meu sonho era ser comissária de bordo. Aos 12 me matriculei em um curso de inglês na UPTIME e com o passar do tempo, comecei a pesquisar sobre opções de intercâmbio e destinos”, conta a estudante de pedagogia e Au Pair, Rafaela Morais.
A opção mais atraente dentre os programas de viagem foi a de Au Pair. Cabia no orçamento e junto a isso soma-se ao fato de que ela amava crianças. No momento em que tomou a decisão, aos 21 anos, Rafaela já havia concluído os cursos TEENS e Masters.
Em dezembro de 2018 iniciou o processo seletivo em busca da sua host family, e em julho de 2019 desembarcou na cidade de Blaine, no estado de Minnesota, Estados Unidos. De lá, ela conversou com o Blog Up todos os detalhes do que está vivendo:
“Ter a oportunidade de trabalhar aqui por no mínimo um ano, viver uma cultura diferente e aperfeiçoar o inglês é, sem dúvidas, uma experiência maravilhosa!”
Como se preparar para morar em um outro país
Para Rafaela, todos os cursos de inglês contaram como preparação para a viagem. “Fiz o UPTIME TEENS, Conversation Club, College e Master’s”, lembra. Nessa época, inclusive, ela começou a trabalhar na UPTIME Itaúna (MG), de tão próxima era a sua relação com a escola.
Com a fluência na ponta da língua e a decisão tomada para onde iria viajar, Rafaela contratou uma agência para dar o suporte que buscava — no Brasil e no período em que estivesse no exterior.
Experiências necessárias
Diferente de outros intercâmbios, o de Au Pair possui regras básicas e que não e se aplicam para qualquer pessoa que tenha interesse.
A intercambista lista alguns dos requisitos para se candidatar:
- Idade entre 18 e 26 anos;
- Experiência com crianças comprovadas — no mínimo 200 horas com crianças que não sejam da sua família;
- Carteira de Motorista — a CNH e PID (internacional);
- Ter concluído o ensino médio;
- Inglês básico, intermediário ou avançado.
“É necessário também passaporte e exames médicos. A maioria dos requisitos eu já tinha, então o meu processo não demorou muito.”
Quanto a duração do período de estadia no país, pode mudar. No início, Rafaela pretendia passar um ano, mas agora com cinco meses de intercâmbio considera a possibilidade de prolongar esse prazo.
“O programa de Au Pair possui no mínimo 1 ano de duração, podendo se estender por mais 6, 9 ou até 12 meses.”
Entrevista com a host family
Para a entrevista com a host family, a então candidata a Au Pair, recebeu orientações da agência quanto às perguntas que poderiam ajudá-la na escolha da família com o perfil mais próximo que buscava.
Além disso, ela buscava na internet conteúdo complementar que sanasse as suas dúvidas.
“Eu sempre assistia muitos vídeos no YouTube e Instagram de meninas que foram ou são Au Pair. Elas sempre davam dicas para ajudar nas etapas do programa.”
Ao longo desse processo ela chegou a conversar com 14 famílias. Em todas as vezes, lembra, a sensação foi a mesma: de “borboletas no estômago”. O nervosismo, justifica: “Sem dúvidas, é um dos momentos mais importantes para nós, candidatas, e para as famílias”.
Todos os contatos, foram realizados via Skype. A seleção, acontece da seguinte maneira: host families visualizam o perfil do candidato e se gostarem, enviam um e-mail agendando uma conversa.
“No meu primeiro call com a minha host family, senti o famoso ‘feeling’. Apaixonei pelas crianças e me senti bem conversando com os pais. Falamos muito sobre tudo — minha vida, hobbies, o motivo de querer ser Au Pair e o de eles quererem alguém para ficar com os meninos. Foi muito bom”.
A escolha da família
No início das buscas por uma host family, Rafaela estava decidida que não queria cuidar de bebês. A justificativa dela é comum dentre muitas candidatas:
“Meu objetivo era aperfeiçoar minha conversação, então queria que os filhos dos meus host tivessem uma idade que eu conseguisse praticar bastante o listening e speaking. Também não queria morar em um lugar muito frio e desconhecido, mas em momento algum deixei de conversar com as famílias por causa disso.”
Foi justamente por estar aberta a ampliar suas opções, que ela encontrou a família estrangeira que sentiu que seria a ideal.
“Eu moro em um dos lugares mais frios dos EUA e quando cheguei, o bebê tinha quase um ano. Quando o ‘feeling’ bate, não há o que fazer. Você sente que é aquela família e pronto.”
Na casa onde trabalha, um dos meninos que cuida tem três anos e o outro, um e três meses. Lá, ela se responsabiliza por tudo que diz respeito a rotina deles, como:
- alimentação;
- roupa limpa;
- passeios;
- brincadeiras;
- organização de brinquedos e quarto.
O primeiro encontro com a host family
Logo que chegou na casa dos host, a ex-aluna UPTIME foi recebida com muito carinho. Ela se recorda:
“Estavam com bandeiras e camisas do Brasil e um cartaz escrito “Welcome Rafaela” e quando vi, me emocionei. Fui muito bem acolhida, como se fosse parte da família. Os host parents me apoiam em tudo e são minha família aqui”, destaca.
As vantagens de um intercâmbio Au Pair
No país, Rafaela prioriza o contato com estrangeiros. O seu grupo de amigos é formado por nativos — muitos até familiares da sua host family — e Au Pairs de nacionalidades diversas, que acabam contribuindo para que conheça novas culturas. Tudo isso, afirma, só é possível graças ao inglês.
“Acredito que quanto maior o seu nível de fluência, melhor será a experiência aqui. Nas primeiras semanas eu já notei muita diferença ao falar, ganhei mais segurança, rapidez e vocabulário. Viver aqui faz você desafiar seus limites e aprender cada dia mais.”
O aprendizado é algo que norteia toda a experiência dela. Inclusive, durante o tempo livre, Rafaela aproveita para fazer aulas, conhecer novos lugares e sair com os amigos.
“Tento aproveitar ao máximo todas as oportunidades que tenho aqui. Em cinco meses morando em Minnesota, já conheci sete estados.”
Quando voltar ao Brasil, pretende dar sequência a outras experiências inesquecíveis como essa depois de concluir a faculdade. “Quero me programar para realizar mais intercâmbios e viagens”, diz.
Dicas para futuras Au Pairs
Para quem está em fase de decisão, “faço ou não faço um intercâmbio”, Rafaela é enfática em seu conselho para colocar fim a qualquer dúvida.
“Se o seu sonho é fazer intercâmbio, venha! O de Au Pair é uma montanha-russa, cheio de desafios e lugares a serem descobertos. Você se reencontra e dá mais valor às pequenas coisas que antes não dava importância alguma.”
De forma sincera, fala sobre os prós e contras que precisam ser enfrentados na rotina de morar em um outro país totalmente diferente do Brasil;
“Venha sabendo que não é tudo mil maravilhas. Tem dias que a saudade aperta e a vontade é de pegar o primeiro voo para voltar para o nosso aconchego. Mesmo assim, a experiência é enriquecedora. O que o intercâmbio proporciona não tem explicação.”